sexta-feira, 17 de abril de 2015

19 anos do "Massacre de Eldorado do Carajás"


Em 17 de abril de 1996, há exatos 19 anos , acontecia um dos maiores massacres da história do conflito agrário no Brasil.

Em uma operação da  Polícia Militar comandada pelo coronel da PM Mário Pantoja, com o consentimento e conhecimento do então governador  Governador, Almir Gabriel (PSDB), 19 trabalhadores rurais sem-terra foram mortos e  69 ficaram feridos. Este fato entrou para a história como o "Massacre de Eldorado do Carajás", na curva do 'S' da PA-150.

O assassinato desses trabalhadores só demonstra crueldade do latifúndio em relação a luta pela terras e dificuldade de se punir os culpados. Atualmente, somente o coronel Mario Colares Pantoja e o major José Maria Pereira, comandantes do batalhão, que promoveu o massacre foram presos em maio de 2012. Isso após 16 anos livres por força de habeas corpus, e mesmo assim ainda recorrem da decisão. Os demais 155 policiais foram absolvidos. Na época, os comandante alegaram terem recebido ordem direta do  Governador do Estado - Almir Gabriel - para: "“desobstruir a rodovia a qualquer custo”. Este comando dado pelo governador nunca foi investigado e a raiz do crime nunca veio a tona.

A sensação de impunidade que domina o Pará, no que tange a conflitos agrários, colocam o Estado em um triste índice, a de ser o que mais morre pessoas vitimas da disputa pela Terra. Segundo os dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) o Pará foi responsável 645 mortes por conflitos no campo entre 1985 e 2013, ou seja 38% dos assassinatos. Em 2014 foram mais 9 mortes.

Após de 19 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, luta pela reforma agrária continua com grandes confrontos e impunidade do latifúndio no Pará. 

Na região também comemoramos este ano 180 anos da Cabanagem, revolução popular que fez surgir no interior da Amazônia uma identidade comum entre povos de etnias e culturas diferentes. Indígenas, negros mestiços, trabalhadores e o povo pobre perceberam na luta o processo de libertação. 

A luta do campesinato, dos povos da floresta se une na Pan-Amazônia em solidariedade aos nossos hermanos da Venezuela, ameaçada pelo imperialismo norte-americano. Ontem como hoje, o sonho da emancipação dos povos oprimidos, de justiça social e liberdade ecoam noite e dia.
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